quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pesquisadores criam rede para estudar polinizadores do meloeiro no Semiárido.


Pode parecer exagero, mas sem a presença de abelhas é praticamente impossível colher frutos em quantidade e qualidade nos plantios de melão. Cabe a elas o papel quase que exclusivo de polinizar as flores que evoluem e se transformam nos frutos que, no Brasil, vão movimentar, só com exportações, negócios da ordem de 128,21 milhões de dólares.

A interação entre a atividade polinizadora desses insetos e os bons resultados produtivos nessa cultura vai ganhar um importante apoio institucional: a Rede de Pesquisa de Polinizadores do Meloeiro no Semiárido Brasileiro (Repmel). Especialistas das áreas de agronomia, ecologia, botânica, taxonomia e socioeconomia, de diversas instituições, já estão em campo com o objetivo de gerar conhecimentos científicos e tecnológicos que beneficiem essaa cadeia produtiva.

Em busca de melhor produtividade.
De acordo com Lucia Kiill, bióloga da Embrapa Semiárido, pouco se tem feito no Semiárido do Brasil acerca da interação entre os polinizadores e as culturas agrícolas exploradas comercialmente. Em muitos plantios, baixas produtividades são, em geral, atribuídas a fatores como condições climáticas, variedades cultivadas, poucos resultados com o uso de agroquímicos, solo, ataque de pragas e doenças. 'A colocação de caixas de abelhas melíferas dispostas na área de cultivo do melão é uma das estratégias para que se registre o aumento da produtividade', garante Lucia.

Em pesquisa anterior, divulgada no ano de 2008 com a cultura da manga, Lúcia Kiill e Kátia Siqueira, outra bióloga da Embrapa, constataram que a interação entre inseto e planta é fundamental para produção dos frutos na mangueira. A análise de dados permitiu às pesquisadoras recomendar a aplicação de agroquímicos no pomar apenas depois das 17h. Dessa maneira é evitado o horário de pico da visitação das abelhas nas inflorescências das mangueiras: entre 8h e 11h. 'A expectativa é que resultados similares ocorram no cultivo do meloeiro e que ao final de três anos, possa ser definido o número de colméias por hectare, para que haja uma produção adequada e de qualidade', afirma Lúcia.

O projeto que constitui a Repmel conta com a participação de pesquisadores da Embrapa Meio Norte, do Piauí; Embrapa Agroindústria Tropical, do Ceará; Embrapa Tabuleiros Costeiros, de Sergipe; Universidade do Estado da Bahia, Rede Baiana de Polinizadores, Universidade Federal do Vale do São Francisco e Universidade Federal da Bahia; além da Universidade Federal Rural do Semi-Árido e da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte.

Leia Também:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este espaço é seu: opine, critique, sugira!